Ministro Luiz Marinho recebe representantes do setor têxtil em audiência


O Brasil, com sua rica variedade cultural e de produção, possui um setor têxtil que é uma das bases de sustentação econômica do país. A indústria têxtil brasileira não só gera postos de trabalho como também se destaca pela criatividade e inovação, refletindo a diversidade e a identidade do povo brasileiro. Recentemente, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, realizou uma audiência significativa no seu gabinete em Brasília, com representantes do setor têxtil e de comércio. Este encontro discutiu a busca por condições mais equitativas entre o varejo nacional e as plataformas digitais de comércio eletrônico, além de abordar a manutenção do imposto de importação sobre produtos estrangeiros, uma legislação importante que entrou em vigor no ano anterior.

O encontro envolveu figuras importantes do setor, como Edmundo Lima, diretor-executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), e Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. A presença de lideranças como Francisca Trajano, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Vestuário (CNTRV), evidenciou a seriedade da questão em pauta e a necessidade de um diálogo fluido e produtivo entre o governo e os segmentos da indústria.


Desafios do Setor Têxtil e a Necessidade de Equidade Competitiva

Durante a audiência, um dos pontos mais debatidos foi a necessidade de garantir igualdade de condições competitivas para o varejo nacional em relação às plataformas digitais de comércio eletrônico. Esse tema é extremamente relevante, visto que as vendas online vêm crescendo exponencialmente nos últimos anos, e a pandemia de Covid-19 acelerou ainda mais essa tendência. Para muitos empreendedores, especialmente os micro e pequenos, a concorrência com essas plataformas pode ser desleal. As diferenças de carga tributária e os custos operacionais muitas vezes inviabilizam a sustentabilidade desses pequenos negócios.

Edmundo Lima ressaltou que, mesmo com alguns avanços observados, o desequilíbrio tributário ainda é um obstáculo persistente. Os pequenos empreendedores são responsáveis pela maioria das lojas de vestuário do Brasil, representando 98% do total. Portanto, garantir um ambiente de negócios justo é crucial para não apenas a sobrevivência dessas empresas, mas também para a geração de empregos, um dos principais pilares da economia nacional. A necessidade de políticas que incentivem o comércio local e nivelar a concorrência entre os players do setor é uma demanda crescente e legítima.

O Papel do Governo no Combate à Informalidade

Outro aspecto abordado na audiência com Luiz Marinho foi o combate à informalidade. A preocupação com a quantidade de produtos vendidos de forma irregular no Brasil é válida, pois estima-se que até 50% do vestuário e calçados comercializados sejam originados de vendas informais. A informalidade não apenas prejudica a arrecadação tributária, mas também impede que os trabalhadores do setor tenham acesso a direitos básicos, como férias, 13º salário e uma jornada de trabalho justa.

Marinho destacou que uma das prioridades do governo é a busca por uma jornada de trabalho mais justa, especialmente para as mulheres, que históricamente enfrentam uma carga de trabalho desigual e muitas vezes sem as devidas proteções legais. Criar um ambiente de trabalho seguro e regulamentado não é apenas uma questão de justiça social, mas um caminho essencial para fomentar a confiança dos consumidores e o fortalecimento das marcas brasileiras.

Avanços e Conquistas do Setor Têxtil

Após as discussões, o ministro Luiz Marinho ouviu otimistas relatos sobre o desempenho do setor têxtil e de calçados. Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), trouxe boas notícias sobre a recuperação recente do setor, que vem se revertendo após a implementação de algumas medidas fiscais, como o restabelecimento do imposto de importação e o ajuste do ICMS. As vendas do setor registraram um crescimento substancial, e a geração de empregos começou a se tornar uma realidade novamente. Com a perspectiva de 2024, Gonçalves Filho mencionou que a indústria encerrou o ano com a criação de aproximadamente 8 mil postos de trabalho, além de um saldo positivo no mês de janeiro, que alcançou 10 mil novas vagas.

Esses dados são uma luz no fim do túnel para os empresários e trabalhadores do setor, refletindo um esforço conjunto para entender e se adaptar às novas dinâmicas de mercado. Essa recuperação não é acidental; ela é resultado de um trabalho em conjunto entre o governo, com suas legislações adequadas, e o setor, com suas iniciativas em inovação e adaptação às novas realidades do comércio.

A Importância da Pesquisa e do Monitoramento de Indicadores

Um aspecto relevante que o ministro Luiz Marinho pontuou foi a solicitação à Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho para a realização de um levantamento completo dos indicadores de Trabalho e Emprego. Esses dados são fundamentais para subsidiar ações que visem não apenas apoiar o crescimento do setor têxtil, mas também assegurar que as políticas públicas reflitam a realidade do mercado e as necessidades dos trabalhadores.

A coleta e análise de dados confiáveis permitem que o governo tome decisões informadas, resultando em políticas mais efetivas e adequadas para o setor. A transparência nos dados, além de promover a confiança entre os empresários e o governo, ajuda a construir um ambiente de negócios mais saudável e previsível.

Perguntas Frequentes

Como as plataformas digitais impactam o setor têxtil?
As plataformas digitais promovem um aumento considerável nas vendas, mas, ao mesmo tempo, criam um desafio de concorrência para os varejistas locais, que lutam contra uma carga tributária mais elevada.

Qual é a importância da informalidade no mercado de trabalho?
A informalidade compromete a arrecadação tributária e a geração de empregos formais, além de excluir os trabalhadores de direitos fundamentais, como férias e 13º salário.

Quais foram as medidas recentemente adotadas pelo governo para apoiar o setor têxtil?
O governo reestabeleceu o imposto de importação, ajustou o ICMS e reforçou a fiscalização, o que contribuiu para a recuperação do setor e a geração de novos empregos.

O que representa o crescimento de 10 mil postos de trabalho em janeiro para o setor?
Esse número reflete uma recuperação significativa do setor, mostrando que, mesmo diante das dificuldades, há espaço para crescimento e fortalecimento da economia local.

Qual o papel do ministro Luiz Marinho nesse processo?
O ministro Luiz Marinho atua como um facilitador de diálogo entre o governo e o setor produtivo, promovendo condições justas de concorrência e buscando melhorar a situação dos trabalhadores do setor.

Como o levantamento de dados pode ajudar o setor têxtil?
Dados confiáveis permitem que o governo desenvolva políticas públicas mais eficazes e que atendam às necessidades reais do mercado, beneficiando tanto empregados quanto empregadores.

Conclusão

A audiência entre o ministro Luiz Marinho e o grupo de representantes do setor têxtil foi um marco importante para o fortalecimento da indústria em um cenário desafiador. As conversas em torno da equidade competitiva e do combate à informalidade são fundamentais para garantir o crescimento saudável e sustentável do setor. Ao trabalhar junto a lideranças do setor, o governo demonstra um compromisso com a criação de um ambiente propício para o desenvolvimento econômico.

O futuro do setor têxtil brasileiro, assim como de tantas outras indústrias, depende não apenas de medidas imediatas, mas de um comprometimento contínuo com o diálogo, a inovação e a transparência. Com o apoio certo, a indústria têxtil tem a oportunidade de se reerguer, gerar mais empregos e contribuir significativamente para a recuperação e crescimento da economia nacional.



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