Uma das partes mais cruciais para eventos e cursos em escolas, universidades e fundações culturais (bem como para pessoas físicas) é a captação de recursos – isto é, a forma como o evento ou curso será financiado.
A instituição organizadora pode financiar o evento com a receita das vendas de ingressos, bem como com o comércio relacionado a ele (como uma palestra sobre negócios na qual o palestrante vende seus livros). No entanto, ao receber patrocínio externo, a instituição pode realizar eventos e cursos muito maiores, com maior duração, palestrantes mais renomados e até mesmo mais divulgação e lucro envolvido.
A captação de recursos não apenas permite obter patrocínio, mas também ajuda a melhorar as reservas econômicas da instituição. A questão é: qual é o caminho para isso? Quais são as opções disponíveis? Veja em nosso artigo.
1. Leis de incentivo fiscal
As leis de incentivo fiscal são normas e legislações brasileiras que autorizam a isenção de taxas em troca do patrocínio de instituições e projetos de caráter cultural e social. Essas leis visam garantir que eventos culturais e ações sociais recebam fundos de empresas, e seus efeitos são percebidos há mais de 30 anos, desde a criação da primeira Lei de Incentivo, a Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como “Lei Rouanet”. Além disso, existem leis de incentivo e gestão voltadas para hospitais, fundações de educação, pesquisas acadêmicas, entre outros. As vantagens das leis de incentivo incluem o fato de que os promotores recebem verbas, enquanto os financiadores obtêm publicidade e isenção fiscal. As empresas associam seu nome a uma causa específica, como a promoção das artes, saúde ou auxílio social.
2. Editais
Diversas fundações e empresas promovem editais, tanto no campo da pesquisa quanto no da cultura. O poder público, por meio de suas secretarias de cultura e economia, também lança editais. Os editais são uma excelente maneira de captar recursos de forma rápida e menos burocrática do que através das leis de incentivo. No entanto, o desafio dos editais está em adequar os projetos a eles e superar os demais proponentes. Alguns editais podem ser bastante complexos, exigindo previsão de custos, orçamentos iniciais, cronogramas, entre outros. É importante ressaltar que alguns editais exigem a aprovação em leis de incentivo como parte das cláusulas, enquanto outros estabelecem requisitos como publicações e contrapartidas sociais, como a doação de livros por parte de editoras ou a oferta de aulas gratuitas por parte de palestrantes.
3. Campanhas de financiamento coletivo
As campanhas de financiamento coletivo são uma opção mais eficaz para projetos menores, como livros, revistas, gravações musicais e curtas-metragens, uma vez que dependem de doações feitas por pessoas sem a contrapartida de isenção fiscal. No entanto, nesse tipo de captação, a instituição ou pessoa em busca de recursos deve realizar uma campanha de marketing eficaz, que pode incluir engajamento digital, participação em eventos, newsletters, entre outros. Além disso, essas campanhas tendem a ter mais sucesso quando oferecem “prêmios” para os doadores, sendo essencial levar em consideração o valor e a oferta desses prêmios (que podem incluir aulas, palestras e outros serviços) durante o processo de captação de recursos.